ABISMOS SEPULCRAIS

 

Um dia, no porvir, em noite escura,

eu hei de repousar minha ossatura

nos vasos dos abismos sepulcrais

cobertos de jardins, lindos florais...

 

Serei esquecimento e argila dura,

areia e sedimentos e amargura;

Talvez, quem sabe, alguém, nos castiçais,

acenda uma vela, Luz a nós, mortais!!!

 

Mas, enquanto esse dia não vislumbra

uma aurora ensolarada que deslumbra

meu corpo inerte e morto no caixão,

 

Eu vou vivendo aqui o meu mistério,

Andando pelos vãos do cemitério

Sonhando que morrer é só ilusão!...

Arão Filho

Chácara Chapéu de Palha

São José de Ribamar-MA, 27 de setembro de 2016.