Quando a poesia fala ao coração
Trabalho, lojas, cinema, colchão,
Cafezinho, ginástica, jornais...
Dias, meses voam em turbilhão,
Trazendo sabores de nunca mais.
A correria aperta o coração.
Tuas ondas não batem no meu cais...
As buzinas sequer pedem perdão:
Deturpam o teu gosto de jamais.
Teu olhar cai à terra feito grão;
Meu olhar geme pelos teus quintais...
Chorando, vai em tua direção.
Trânsito, salário, tudo isso é vão!
Desloco o azimuth, enxergo mais
Se a poesia fala ao coração.