Soneto do Revoltado
Quando me calo dou ainda mais voz
Ás falas que me tentam destruir.
Não vou calar, não vou me humilhar
Pelo pouco que todo mês nos faz rir.
Colar nos lábios um riso desgraçado,
Com um medo constante do por vir.
Vou dizer neste ar profanado
Que nem tudo que esta feito, acabado,
Não se pode reconstruir.
Se dar por vencido ou vitimado
É um hábito que não vou seguir.
Prefiro de longe o céu alagado
Do que o dia nublado
À luz do sol nos suprimir.