Dor e Vida
Ao meu monstro,
Sofro tristíssima criação das dores,
Acalma-te, eis-me a fraca ânsia das trevas
Sem um facho feliz, quando me cevas,
Tu, um Vermis do lodo... Que me adores!
Ceva-me, em meus pedaços, sem amores...
Quando eu hei de cuspir, que nunca levas
Monstruosamente entre a ilusão, que escrevas
Todas as letras hórridas, não chores!
Eu canto as pétalas shakespearianas
E aziagas quem as carnes são humanas?!
Sim, que em mim, certamente, hão de feder.
Sou um homem quem dói no peito amado,
Sem alegria, sem paixão, sem lado!
Sorve-me antes de vir ao teu prazer.
Lucas Munhoz - 22/09/2016