Soneto para ninguém.

Autor: Daniel Fiúza

22/07/2007

Ninguém deverá ler esse soneto

porque não deveria ser escrito;

sem alma, carne ou esqueleto

é emoção carente d’um proscrito.

Do meu sentimento é o longo grito

da minha inspiração, ponta de espeto,

dizendo hoje o que nunca tinha dito

sortilégio de nefasto amuleto.

Um arco-íris totalmente preto

acordes de anjos que ouço e evito

com o próprio eco eu faço dueto

e todas as loucuras eu imito.

A minha dor que me deixa contrito

é o paradigma que instiga meu delito.

Domfiuza
Enviado por Domfiuza em 23/07/2007
Código do texto: T576816