MAIS NADA...

Extraí da noite as gotas do mistério oculto:

D'estrelas mais distantes a provável morte

Das lâmpadas, penumbra onde esconde a sorte

D'um invisível ser noturno o espectro vulto...

Silêncio venerável no animal sepulto

Das mãos do algoz feroz por ser o ser mais forte

Das lendas o arrepio, medo é o passaporte...

Meus versos distraídos que ao vazio insulto...

Mudez! No pensamento eu falo, grito e canto

No olhar de sono intenso dorme o meu pranto

E escrevo pela noite e varo a madrugada...

A épura celeste iluminando a rosa

E a seda branca envolve a pérola formosa...

Depois do meu poema já não há mais nada.

Autor: André Luiz Pinheiro

19/09/2016