Amor diferente

Não quero enfrentar o dragão da vida

munido apenas de arte e poesia,

pois sei que ele, sagaz, debocharia,

ter-me-ia na conta de outra comida...

Não quero ter apenas mente forte,

como se o mundo fosse geografia...

Como se o corpo fosse anatomia...

Se fossem, como explicar-se-ia a morte...?

Mas nada, como eu sei, de uma outra esfera

se encanta pelas línguas da serpente

em sua pequenez de “feio” ou “belo”...

Nada que se arrasta ou se desespera

pode ser chamado, ao se olhar de frente,

senão como “o suplício paralelo”.