A pena dos botões

1

Os botões da tua blusa

fizeram um pacto velado:

o corpo da minha musa

manter bem resguardado.

Por que mantê-la reclusa?

Para evitar mau olhado.

Bonitos botões da blusa,

bonito acordo fechado.

Aqueles botões, entretanto,

traídos por seus corações,

não resistiram aos encantos;

teus seios são dois vulcões.

Fragilizaram o teu manto,

culpados por más emoções.

2

E foram julgados os botões.

Sete presos, condenados

e as sete condenações

por sete acordos quebrados.

Não mantiveram a calma,

teriam esse mal evitado.

E quem errou uma casa

deixou o restante errado.

E minha musa, tão bela,

passiva, assistia a tudo.

Sete casas, sete celas

dos condenados mudos.

Tomai, minha musa bela,

tu vestes meu sobretudo.

José Freire Pontes
Enviado por José Freire Pontes em 16/09/2016
Reeditado em 16/09/2016
Código do texto: T5762606
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