SOBRE OS AMORES
Para minha mãe
Amar... O amor é quase um deserto,
O amor é um silêncio de ternura...
O amor é uma experiência: é uma loucura
Da alma que se entrega a quem se empresta...
Amar é ver às sombras dos desejos
Os egoísmos todos num abismo...
Amar é ver nas bocas os desejos
Na lúdica ilusão de um paraíso...
Mas há um amor ainda primitivo,
Amor que não tem mácula, nem vício.
Um amor talvez. Um amor no infinitivo.
E nesse amor não há um artifício:
É apenas o amor intuitivo
De um filho ao ver a mãe no precipício.