AMADA
E sereníssima, acordou-se lua,
desabrochando-se em botão, floriu;
o colibri, fadado ao dom servil,
beijou, com sede, sua rosa nua.
À plenitude, exuberou o dia
naquele espaço, que se fez jardim;
florou-se a vida, do princípio ao fim,
no bem melífluo, que do céu caía.
O colibri, sublime feito um deus
de cetro mágico, adentrava em sendas,
converso em luz, iluminava breus.
Ah, tal se leve nuvem seu lençol,
lançou-se no ar, nutrindo o chão de prendas
e toda em rosa, recolheu-se sol.