AMADA

E sereníssima, acordou-se lua,

desabrochando-se em botão, floriu;

o colibri, fadado ao dom servil,

beijou, com sede, sua rosa nua.

À plenitude, exuberou o dia

naquele espaço, que se fez jardim;

florou-se a vida, do princípio ao fim,

no bem melífluo, que do céu caía.

O colibri, sublime feito um deus

de cetro mágico, adentrava em sendas,

converso em luz, iluminava breus.

Ah, tal se leve nuvem seu lençol,

lançou-se no ar, nutrindo o chão de prendas

e toda em rosa, recolheu-se sol.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 13/09/2016
Reeditado em 13/09/2016
Código do texto: T5759494
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