Soneto Águia branca

Meu coração tornou-se inverno

Ao morrer em mim, o calor vindo de ti

Suave, agora cruel, Águia branca

Com olhos de cobra e olhar de felinos.

As veias que passeiam em meu ser

Conduzem o temor de jogar-me ao breu

Que poderia ser tão clareado

Caso a tua face eu avistasse.

Assim como o expor da lua minguante

Também sou a metade mim

Pois o completar anoiteceu mesmo ao sol.

Mesmo agora, no repousar da morna água

Sinto meu corpo em facas

E teu toque, não me curará, Águia branca!