MANGUEIRAL

MANGUEIRAL

Lá das tardes da infância, em qu'eu me lembro,

Havia sempre um bosque de mangueiras

Onde frutas a rolar pelas ladeiras

Maduras nos mormaços de dezembro...

Um a um ainda os cachos eu desmembro

Nas sombras de memórias costumeiras.

Enquanto as verdades verdadeiras

Secam em meio às flores de setembro:

Hoje, a paisagem surge ressequida

Bem diante dos meus olhos desolados,

De volta a estes sertões antepassados.

Já sem os pés de manga, jaz sem vida

Aquele só grotão onde ladino

À sombra das mangueiras fui menino.

Sobrália - 10 09 2016