O amparo em teu sorriso

É lúgubre o desenho do caminho,

e, afinal, o calvário já se mostra.

Do bem que a espera está a mundana amostra

ainda não rompeu do chão daninho.

O olhar que a luz remói, olhar mesquinho,

repousa sobre quem a ele se prostra.

A palma que ora estala em torpe lostra,

materna deslizara o bom carinho.

Tudo é lágrima, falha, sofrimento,

mas tenho um pouso, um bálsamo de alento,

e vejo-te ainda: às faces o sorriso.

Que ânimo a seus lábios traz um arco;

no côncavo repouso e - oh breve marco! -,

vejo os claros portões do paraíso!

Marcel Sepúlveda
Enviado por Marcel Sepúlveda em 10/09/2016
Reeditado em 03/10/2017
Código do texto: T5756587
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