DESERTOR
Ó versos onde estais senão aqui
Neste âmago febril por poesia?
Sumistes qual fumaça por aí
Criastes um estado de agonia.
No vácuo, esta alma já não mais sorri,
Entristecida, queda, em letargia,
Buscando no vazio aqui e ali
Motivos desta fuga à revelia.
Não faz menor sentido esse sumiço
Deixando a ver navios um trovador
Que ao julgo da donzela: um vate omisso.
Ó versos, que fazer com este amor,
Que neste coração faz rebuliço,
Sem vós que agora sois um desertor?