O TEU ROSTO
Olhos fixos no teto, vejo teu rosto
em miragem fugidia que assombra...
E penso nas formas que com gosto
tanto amei, tanto quis, hoje sombra...
Debalde, ainda colho um verso triste
que a mim dedicaste e que voa
rodeando o rosto que não existe
no dançar da música que ecoa,
só no cérebro, d'onde não se apagou
e agora quebra o silêncio da alma
e se infiltra nas paredes onde chegou
no meu olhar perdido, que acalma
o coração, na paz de saber-te
distante mas perto, e mais uma vez ver-te...