Glória fúnebre
Então éramos tristes e fugaces,
tendo medo de não mais nos revermos.
Partilhando aquilo tudo que amávamos
entre vãs tentativas pertinaces...
E malsã era a luz, das nossas faces,
bem repleta de dor que protegíamos,
na memória o Amor — co'ele sonhávamos!
Em minutos, findaria, edaces...
Os sepulcros, na máxima sapiência,
como não fossem lúgubres, místicos,
pareciam nos alertar calmamente;
eu armado em desejo, na ciência
que p'ra lá eu e tu um dia iríamos,
t'eternizei num beijo, suavemente...
***
São Paulo,
09 de fevereiro de 2012.
* Versos decassílabos no ritmo Martelo Agalopado (3ª, 6ª e 10ª).