Glória fúnebre

Então éramos tristes e fugaces,

tendo medo de não mais nos revermos.

Partilhando aquilo tudo que amávamos

entre vãs tentativas pertinaces...

E malsã era a luz, das nossas faces,

bem repleta de dor que protegíamos,

na memória o Amor — co'ele sonhávamos!

Em minutos, findaria, edaces...

Os sepulcros, na máxima sapiência,

como não fossem lúgubres, místicos,

pareciam nos alertar calmamente;

eu armado em desejo, na ciência

que p'ra lá eu e tu um dia iríamos,

t'eternizei num beijo, suavemente...

***

São Paulo,

09 de fevereiro de 2012.

* Versos decassílabos no ritmo Martelo Agalopado (3ª, 6ª e 10ª).

Felipe Valle
Enviado por Felipe Valle em 08/09/2016
Código do texto: T5754086
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