Ilusão

Quantas vezes eu fiquei ali detença,

Na crença, sentada no meio fio,

Com frio, com sol, à chuva propensa,

Numa indiferença; causou arrepio.

E quantas vezes desejei o carteiro,

Mensageiro de alguma coisa sua,

Ali na rua era o meu paradeiro,

Inteiro largo, de presença nua.

Quantas vezes eu doei meu instante,

E andante da sua falta eu me fiz,

Cariz tristonha, do amor aprendiz.

Quantas vezes quis ser sua; importante,

Errante, aguardei a carta na guarita,

Grita em mim tal carta que nem foi escrita.

Uberlândia MG

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Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 03/09/2016
Código do texto: T5749426
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