MEU PAI, MINHA MÃE...
E ao ver meu pai defronte ao abismo;
Ouvindo de seus lábios tantas flores...
Não sei se era meu pai, ou o cinismo
Que revelavam ali os seus amores...
Beijou as mãos da diva inconfundível;
E a lágrima nas pálpebras rolou...
A mãe, coitada mãe; a mais incrível,
Olhando o velho ali, resignou...
E ergueu então a face para um beijo.
E no olhar não ri, não fraquejou...
E os dois olhares vi naquele ensejo:
Não via com a astúcia as frases lidas,
E nada mais além, via o amor...
E uma dor talvez nas despedidas.