Soneto Descrente

Hei de ir perante aos teus

Rubros olhares filisteus

Aqui deixo vãos amores

Liberto minha alma destes ardores

O Sol renascido ao horizonte

Já não me aquece mais a pele pálida

O sangue derramado em cada fronte

Oculta o brilho da alvorada

Como o servo de mil senhores

Praguejo sobre delírios de liberdade

Onde se vive acorrentado, não é permitida tal vaidade

Faça dos teus olhos os meus

E então veja a dura verdade:

Isso é muito pouco para ser realidade