Sonhava, Inês, que estávamos na alcova
Para minha mãe.
Sonhava, Inês, que estávamos na alcova
E vinhas de um banheiro seminua...
Fitava-te. Em pétalas de rosas
Iluminava o corpo teu, a lua:
Beijava-te dos céus pela janela.
E então destes dois passos, outros três;
Ali fiquei sem fala, minha Inês.
Tu ainda eras mais doce, e mais bela...
Inês, Inês, bem sabes que judias,
Mas quão doce é a dor ao ver-te assim.
Tu sabes ser humana, e ser poesia...
Conheces bem do amor o início e o fim.
E então podes me dar outra alegria...
Mas morre um outro amor que tenho em mim.