O CIÚME

O CIÚME

Perto, aquele demônio de olhos verdes,

Cuja maestria esteve em ter comigo

D'amor e ódio um jogo já antigo

Ou de paixão e dor, se assim quiserdes.

Mas, se vos for mal tudo quanto houverdes

Sabido d'essa história onde perigo,

Olho -- ora gelosia; ora postigo --

A ver bem mais além que vós ao verdes:

Era a forma mais triste e só de amar.

Mas dizei-me, vós-outros, que pensar

D'um estado de espírito tão débil?

Verdes... Aos olhos d'ele ora me vejo.

N'eles estão quanto pôde meu desejo

E um desapontamento ainda flébil...

Lagoa da Prata - 31 12 2010