DE COR

DE COR

Quero te pôr palavras pela boca

Até que tua língua haja o sabor,

Que um gosto suave e antigo faz supor

E com úmidos lábios te provoca.

Dá-me tuas ideias e dons em troca

D’alguma estrofe heroica ou como for,

Em busca d'um sentido ainda maior

Quando o meu verso o teu coração toca.

Deixa de frases soltas, prosas vãs...

E guarda as minhas rimas na memória,

Como valia em horas tão malsãs.

No mais, permite qu'eu te dê a história

Capaz de conduzir-nos mão a mão,

Tendo versos de cor; de coração.

Belo Horizonte – 20 02 2001