CARTEIRO

O carteiro já foi, em outra era,

Muito mais quisto do que um irmão;

Quantas vezes fiquei à sua espera

Horas a fio diante do portão?

Hoje, é só saudade e quem me dera,

Voltasse esse tempo de emoção!

Mas o carteiro se tornou quimera;

Perdeu o encanto a sua profissão...

Antigamente, quando ele surgia,

Meu coração pulava de alegria

Como se diante da visão mais bela...

E a causa de todo esse alvoroço,

É que nas mãos do tal bendito moço,

Havia sempre uma cartinha dela...

Jorge de Oliveira
Enviado por Jorge de Oliveira em 28/08/2016
Reeditado em 01/09/2016
Código do texto: T5742246
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