Ilha do tesouro
...Poeta fui de rápido destino.
Mas a poesia é rara e não comove
nem move o pau-de-arara.
Somos muitos milhões de homens comuns
à sombra do latifúndio...
(Ferreira Gullar)
Oh! trapos de mim! farpas ao vento...
Sabe-se lá qual deserto do mandarim
Terra em terremoto, botes de cetim
Por acaso há ocaso nos conventos?
Ah, dúvida e descrença. Caos de Caim
Tantas ilhas afogadas no mar morto
Mastins celestes e besouros no horto
Nenhum curinga no jogo do curumim
De novo, às graças do meridiano
Voo da astronave repleta de ouro
Inda serpes, ratos, corvo leviano
Mas eterna noite, mera eternidade...
Dos que pereceram ao lado do tesouro
Ó alma fútil no frenesi da felicidade!