Ilha do tesouro

...Poeta fui de rápido destino.

Mas a poesia é rara e não comove

nem move o pau-de-arara.

Somos muitos milhões de homens comuns

à sombra do latifúndio...

(Ferreira Gullar)

Oh! trapos de mim! farpas ao vento...

Sabe-se lá qual deserto do mandarim

Terra em terremoto, botes de cetim

Por acaso há ocaso nos conventos?

Ah, dúvida e descrença. Caos de Caim

Tantas ilhas afogadas no mar morto

Mastins celestes e besouros no horto

Nenhum curinga no jogo do curumim

De novo, às graças do meridiano

Voo da astronave repleta de ouro

Inda serpes, ratos, corvo leviano

Mas eterna noite, mera eternidade...

Dos que pereceram ao lado do tesouro

Ó alma fútil no frenesi da felicidade!

Gilberto Oliveira
Enviado por Gilberto Oliveira em 27/08/2016
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