PLENILÚNIO
PLENILÚNIO
Houvesse aqui jardins, damas-da-noite...
Andaríamos soltos pela rua
Até, sob a luz pálida da lua,
Nos encontrarmos... Não, não mais se afoite
A manhã no amanhã incerto! Foi-te
Um amor que a esperança perpetua...
Tu me feres de morte a carne nua
Às chispas de teus olhos feito açoite.
Nada há agora aqui senão nós dois.
Sigamos enluarados e a sós, pois,
A lua nos convida a cair de amores.
Não vás! Sem ti a noite se apequena.
Em vão será a lua, embora plena,
E embora haja jardins, perfumes, flores...
Belo Horizonte - 06 02 2006