EGOTICVS EMERITVS - Soneto Decassílabo Soturno
São como as catedrais os meus sonetos:
O que têm de serenos, têm de obscuros.
Analisai a densidade... Os muros,
Vede como são rijos... Vede os tetos:
Não são de vidro frágil, são concretos,
E do Altar nos sudários não há furos.
Ouvi vós os sons góticos, escuros
Dos órgãos, dos metais e dos cornetos!
Ouvistes? Pois agora esquecei tudo
Que outro valor mais alto eu já levanto
Pois contra o que é ruim será escudo
Das belezas — E o pio olhar de um santo
No vitral denuncia o anseio mudo
De um silêncio maior que qualquer canto.