MAR DE GENTE

MAR DE GENTE

Sou só mais um a andar pela avenida

D’essa cidade imensa e cheia de gente.

Um milhar de olhos passa à minha frente

Feito espelhos ou coisa parecida.

Sem ter qualquer ideia preconcebida,

Eu, como os outros, passo indiferente:

Não paro nem reparo; simplesmente

Lhes acompanho o fluxo vão da vida...

Qual gotas a compor diverso oceano,

Cada um na multidão é outro humano

Que, de indivíduo, faz-se coletivo.

Mas sigo, ereto e sábio, a caminhar

Entre outras tantas gotas d’esse mar,

Pelo menos enquanto estiver vivo...

Belo Horizonte - 25 01 2007