Mercado negro
Igual a essa pele que me encoberta,
Nos seus olhos, a tristeza é visível;
Absorves o que o mundo lança fora,
A deliberação em ti não é decifrável.
Te aguentas em valores desapoiados,
O comprador impõe o seu triste preço,
As muletas abandonam os lucros,
O tempo amolece pelo grande apreço.
Choras em gritos que não se ouvem!
Nas sombras da tua cor é o teu lugar.
Sem fins, ninguém por ti vem lutar.
Alimentas povos que não te alimentam!
Não prósperas por onde te acomodas,
Os dias não fogem das ruas alienadas.