O Ser interior

Ninguém sabe o que vai nos corações alheios;

Ninguém sabe o que está dentro da alma humana;

Ninguém conhece bem os traumas, os receios;

A lamentável dor; o tormentoso drama...

Ciência alguma tem a ferramenta, os meios

De esmiuçar, sondar de forma soberana,

Os sonhos, as visões, seus tantos devaneios,

Que cada ser carrega e que jamais conclama...

Nenhum olhar espelha os verdadeiros medos...

A língua mostra, as vezes, largos impropérios,

Mas a garganta poupa os nobres desenredos.

Assim vai cada ser erguendo os seus impérios:

Jamais a revelar seus mais castos segredos

E nunca a desvendar os seus sombrios mistérios.

Hélio Cabral Filho
Enviado por Hélio Cabral Filho em 24/08/2016
Código do texto: T5738564
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