O Ser interior
Ninguém sabe o que vai nos corações alheios;
Ninguém sabe o que está dentro da alma humana;
Ninguém conhece bem os traumas, os receios;
A lamentável dor; o tormentoso drama...
Ciência alguma tem a ferramenta, os meios
De esmiuçar, sondar de forma soberana,
Os sonhos, as visões, seus tantos devaneios,
Que cada ser carrega e que jamais conclama...
Nenhum olhar espelha os verdadeiros medos...
A língua mostra, as vezes, largos impropérios,
Mas a garganta poupa os nobres desenredos.
Assim vai cada ser erguendo os seus impérios:
Jamais a revelar seus mais castos segredos
E nunca a desvendar os seus sombrios mistérios.