Asa branca
Asa branca...
Como rastro de boi que se perdeu...
Umburana queimando na caieira.
Um gemido dolente de porteira.
Uma “coisa” que o tempo esqueceu...
Sou um carro de boi que entristeceu,
...em desuso coberto de poeira.
Um balanço de espreguiçadeira,
Cujo dono faz tempo que morreu.
Sou asa branca que morreu de tédio,
Pois pousou na beirada de um prédio
Confundindo cidade com sertão...
Juriti que engoliu a melodia,
Um mocó que se esconde à luz do dia,
Indeciso entre cobra e gavião.