O Prazer
Eu canto enquanto à noite a Lua passa
Com graça e dança até o amanhecer.
Prazer, eu sei, é flor que anda escassa,
E é graça que me intima a agradecer.
Saber-se assim é doce melodia
Magia que dissipa até o trovão.
Bastião iluminado ao Sol do dia
Vazia, a sombra, é bolha de sabão.
Na mão eu trago as linhas do horizonte
E a ponte dos meus rios eu que faço
No abraço que traz luz e brilho à fronte.
Se o monte fecha em nuvens, eu desdenho.
Empenho não me falta e em cada passo
No traço do meu verso o Amor desenho!
ElischaDewes
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De Fernando Cunha Lima
SERENATA
Eu canto, enquanto vivo a luz da lua,
E tanto tempo passa este meu canto,
Que me espanto, ao ver, no entretanto,
Vestir as nuvens para não ser nua.
Meu canto é tanto, que se insinua,
Vê-lo fluir assim causa-me encanto,
Mesmo que um pranto venha ao meu recanto,
Dispenso esta verdade nua e crua.
A luz da lua talvez me estimule,
Ao retirar o pranto que me anule,
Neste cantar que vem matar a dor,
Meu canto é tanto que espanto causa,
E a lua vem há mim pedindo pausa,
Tempo pra que se escute todo amor.
Fernando cunha lima
para aplaudir a poeta Elischa.
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