CASA
Serve de proteção a muita gente,
Na fortaleza em pedra soberana,
Que a humanidade mais inteligente
Fez e que nunca alguém na vida engana.
Mas jamais em si mesma nada sente,
E que às vezes o duro tempo abana,
De forma e de tamanho diferente,
Dos pobres parecendo uma cabana!
Serve também de abrigo tão sombrio
Dos morcegos vorazes e sangrentos,
Longe das águas rápidas de um rio.
Nela, os pássaros pousam sempre atentos
À chuva, ao céu, ao sol, ao vento e ao frio,
Como lendo do mundo os pensamentos.
Ângelo Augusto