CORPO HUMANO
Das entranhas que te formam o todo,
Tantas vísceras e vasos sanguíneos
Espalham-se curvos e retilíneos
Em cavidades de lama e de lodo.
Encrustadas em estranhos gravetos,
Cobrem-lhes a brancura mortuária
E se encorpam de forma temerária
À medonha forma dos esqueletos.
Complexo vivo que pensa e braveja,
Que chora e que ri de forma tão forte
E segue os mandares da sã emoção.
O todo, então, espera e deseja,
Que não se adiante a sombra da morte
E siga pulsando o seu coração.
(EDUARDO MARQUES 13/11/14)