O TECELÃO DA VIDA

O tempo tece a vida fio a fio,

sem pressa e sem recuo na memória.

Como o curso das águas vão, em rio,

um para o mar, o outro para a história.

Não pára o tecelão. A sua glória,

é a força do tear. E, como em cio,

a si se soma subtraindo a escória.

Ao fim da era é fósforo e pavio.

Explode em chamas ou submerge, ou oculto,

sobe ao espaço aéreo e aí se planta

por milênios sem pôr à mostra o vulto.

Renasce na pesquisa e se suplanta.

É o passado remoto. Cresce, e adulto,

às novas gerações empolga e espanta.

03.03.00.

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