A EMENDA
Ao emendá-lo, cuida que a emenda,
não te saia pior do que o soneto.
Que o branco papel não mude em preto,
tenha mansa beleza a cor da renda.
Não vá a história falsear-se em lenda
porque o poeta no alto do coreto,
julga mudar-se em dois, formar dueto
com a ilusão que falsifica a agenda.
Cuidado que a ilusão e a experiência,
não se façam maiores que a ciência
- parceiras de um saber que os olhos venda...
Volto ao soneto ainda - que o tesouro
do terceto final - a chave de ouro,
não se dilua ou se apequene à emenda.
Em 09-06-1999.