O ESQUECIMENTO

Para Célia Lamounier e Lêda Yara

Não dá para esquecer: Um sonho. Nos seus braços

corria mansa a vida. O amor de adolescente

ensejava a esperança e a fé. Primeiros passos

de um mundo idealizado – o futuro da gente.

Eu e você. A casa erguida na colina,

no mais alto do topo. A fonte. O minadouro.

Um córrego descendo. A água cristalina

banha meu corpo e o seu. Aqui nosso tesouro.

Vem o primeiro filho, agora somos três.

As vacas no curral. As cabras. As galinhas.

Crescia a vida. O tempo andava mês a mês.

E fomos quatro, cinco... O tempo, ano a ano,

levou a mocidade. Os filhos e as vizinhas...

De nós o esquecimento, em nós o desengano...

14-11-04.

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