VOZ DO SILÊNCIO

Voz do Silêncio, tão misteriosa!

Inquietas-me além dos trovões.

Pois é à alma que falas, inditosa;

Muito mais que aos ouvidos, os canhões.

Silêncio tenebroso e apavorante!

Revelas-me segredos tão ocultos...

Com teu rugido tão desconcertante,

Assombras-me com tão terríveis vultos.

Ó Voz do Silêncio, por que me falas?

Por que me punes tão drasticamente,

Pondo-me completamente em frangalhos?

Não me atormente! Não me lance às valas

Escuras do infortúnio inclemente,

Fazendo-me esvair em rebotalhos.

(EDUARDO MARQUES 03/06/15)

Eduardo Marques da Silva
Enviado por Eduardo Marques da Silva em 21/08/2016
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