VOZ DO SILÊNCIO
Voz do Silêncio, tão misteriosa!
Inquietas-me além dos trovões.
Pois é à alma que falas, inditosa;
Muito mais que aos ouvidos, os canhões.
Silêncio tenebroso e apavorante!
Revelas-me segredos tão ocultos...
Com teu rugido tão desconcertante,
Assombras-me com tão terríveis vultos.
Ó Voz do Silêncio, por que me falas?
Por que me punes tão drasticamente,
Pondo-me completamente em frangalhos?
Não me atormente! Não me lance às valas
Escuras do infortúnio inclemente,
Fazendo-me esvair em rebotalhos.
(EDUARDO MARQUES 03/06/15)