Anjo caído do mal
Estas tristezas reais que me fazem sentir
Ansiado, nos teus cruéis demônios das masmorras...
Penso em ti ao meu mal, meu caro! Com que morras!
Vejo-te a podridão do fedor, sem porvir.
Tu, que em enterro fiel... Ainda morres nas jorras,
Lânguido, és meu senhor, ouço-te em doudo rir,
Sangras, nas carnes vis, como o nojo e o bramir
Ao escarro visceral, quem sentes?! Sem que corras!
Voa, com asas vãs e negras dos teus males,
Que consumas o horror bestial e até te cales!
Transforma-te um inseto odiado que me escarras.
Mas eu posso chorar em ti, eternamente,
Só um vômito horroroso, é a minha dor ardente
Para ver-te essa tripa entre as formas bizarras.
Lucas Munhoz - 19/08/2016