Vale tudo

Nem rei, nem chinfrim, mas meio termo

Armo assim o que fizer e resumo:

Não defumo nem filé, nem ossada

Nada é mais que cetim ou veludo.

Contudo digo, sigo a lei e não mudo

Meu escudo enfrenta qualquer raio

não abro e escrevo o que o verso consente

leio a mente, sigo prumo e não caio.

Extraio a essência, desprezo a opulência,

minha permanência vai até queira o verso

que é meu universo em tanta eloquência,

e nele a demência também faz sucesso.

Avesso ou direito, algodão ou cimento:

O verso é refém da ilusão e do momento.

Josérobertopalácio

Nada vai separar, existem laços;

Nem vai desenlaçar, nem nos espaços

Entre os passos que juntos damos, sós;

Nem antes dos abraços, nem após.

Nada vai desatar tantos amassos;

Nem vai desamassar, nem nos escassos

Truques, traços, herdados dos avós,

Nossos braços, cruzados como nós.

Todo o meu corpo, todo o teu, também,

São bobinas trançadas de um motor,

Bouganvilles depois do sol se pôr,

A liberar calor como ninguém.

São nossos corações, que vão e vêm,

Pontas de um grande laço, que é o amor.

JRPalacio
Enviado por JRPalacio em 18/08/2016
Reeditado em 07/09/2016
Código do texto: T5732350
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