ESPELHO MEU
A face cansada e franzida, ora presente,
Mostra que o tempo demarcou as minhas lidas,
Lembranças de ontem já se fazem esquecidas,
Imagens antigas me vêm saudosamente.
Os espelhos eu quebro por ser mentirosos.
Mas cada pedaço estampa a mesma figura,
Como eu, me enganando que a vida perdura,
Insistindo em preservar os tempos ditosos.
O viver impreciso, a impertinência vã,
Fatores que apontam o que me espera amanhã,
Contesto! E me ponho no caco um inimigo.
Porque nego o cansaço, a presença do mal;
Mas como renegar esse aviso fatal
Ao ver em cada dia o finar de um amigo?