ESPELHO MEU

A face cansada e franzida, ora presente,

Mostra que o tempo demarcou as minhas lidas,

Lembranças de ontem já se fazem esquecidas,

Imagens antigas me vêm saudosamente.

Os espelhos eu quebro por ser mentirosos.

Mas cada pedaço estampa a mesma figura,

Como eu, me enganando que a vida perdura,

Insistindo em preservar os tempos ditosos.

O viver impreciso, a impertinência vã,

Fatores que apontam o que me espera amanhã,

Contesto! E me ponho no caco um inimigo.

Porque nego o cansaço, a presença do mal;

Mas como renegar esse aviso fatal

Ao ver em cada dia o finar de um amigo?

Vilmar Daufenbach
Enviado por Vilmar Daufenbach em 17/08/2016
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