A REVOLTA DO SONETO
Quando nasci eu tinha só dois ou três versos
E toda a gente me cantava por lazer.
Agora que cresci, em tempos controversos,
Quero abrir novos horizontes de prazer.
Toda a arte das Letras comporta diversos
Estilos, como formas poéticas a haver,
E entre elas eu, Soneto, os ideais perversos
Pretendo restaurar nas formas de escrever.
Eu quero ser sonoridade, ritmo e canto;
Eu quero ser musicalidade e emoção;
Eu quero ser elegância, rosto e encanto;
Eu quero ser imagem, luz e perfeição.
Catorze versos, podem-me dizer porquê?
Por isso eu, Soneto, venho proclamar
Convicto de que até um mero cego vê:
Abaixo as vis algemas. Deixem-me inovar!
E, acima de tudo, co´ a devida propriedade
Sem melindrar os diferentes argumentos
E à luz dos meus apaixonados sentimentos
Desfraldo, aqui, a bandeira da Liberdade!
Frassino Machado
In AO CORRER DA PENA