A REVOLTA DO SONETO

Quando nasci eu tinha só dois ou três versos

E toda a gente me cantava por lazer.

Agora que cresci, em tempos controversos,

Quero abrir novos horizontes de prazer.

Toda a arte das Letras comporta diversos

Estilos, como formas poéticas a haver,

E entre elas eu, Soneto, os ideais perversos

Pretendo restaurar nas formas de escrever.

Eu quero ser sonoridade, ritmo e canto;

Eu quero ser musicalidade e emoção;

Eu quero ser elegância, rosto e encanto;

Eu quero ser imagem, luz e perfeição.

Catorze versos, podem-me dizer porquê?

Por isso eu, Soneto, venho proclamar

Convicto de que até um mero cego vê:

Abaixo as vis algemas. Deixem-me inovar!

E, acima de tudo, co´ a devida propriedade

Sem melindrar os diferentes argumentos

E à luz dos meus apaixonados sentimentos

Desfraldo, aqui, a bandeira da Liberdade!

Frassino Machado

In AO CORRER DA PENA

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 17/08/2016
Reeditado em 26/10/2020
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