NAS LINHAS DAS MÃOS
NAS LINHAS DAS MÃOS
Minha linha da vida se abre em duas
Tanto no seu início quanto ao fim.
Talvez quisesse Deus mangar de mim
N'algum destino escrito há muitas luas.
Quis Deus qu'eu caminhasse pelas ruas
Com medo de que o amor me volte, enfim.
Porque apenas quem vem lá d'onde vim
Conhece quanto trago às palmas nuas...
Eu ser duas pessoas no começo
Moldou o modo como reconheço
A ambiguidade toda que há em tudo.
Assim, de novo duplo no final
Haverei-de viver o bem e o mal,
Quando todo mistério for desnudo.
Betim - 15 08 2016