DESJEJUM
DESJEJUM
Se não me soube bem o café hoje,
Tampouco o amanhecer me trouxe luz.
A vista se ressente de olhos nus
E a nitidez das letras já me foge.
Talvez alguma névoa em mim se aloje
Enquanto meia verdade a alma deduz,
Sequer à minha angústia ela faz jus,
Mesmo que de dons e ouros me despoje...
Perdera a fome face à mesa posta
De iguarias que toda a gente gosta
E, inobstante, parecem-me ora pó.
Isso porque mais nada ali me escapa...
Eu parto d'olhos baixos, à socapa,
Já tão farto de dias quanto Jó.
Betim - 15 08 2016