A DERRADEIRA LEMBRANÇA DO TIO ROCHA
No quadro da parede
Jaz o seu rosto altivo,
Balançando na rede
Seu olhar reflexivo.
Quem come em pratos fartos
– Apetite em insulto!
Vozeirão pelos quartos
E passadas de vulto.
E o coração sofredor,
Carente de cuidados,
Sem reclamar a dor.
Em seu último sono,
Só da rede os ouvidos
Sentiram–lhe o abandono.
Salvador, 2006.