Soneto mais uma vez
A eternidade ilusória do amor
Esbarra no magoar entre uma das sintonias
Que ao atrair-se por outro olhar
Cegará o sentimento em troca do desejo.
Sim, rochas blindadas são formadas
E, se o amor, for verdadeiramente puro
Não existirá beleza de geleiras
Que congelará tal abstrato tangível.
Digo-lhe com orvalho nos olhos
Que renego tudo por ti!
E, tu por mim, o que deixaria?
Ao adormeceres, tocarei teus cabelos
Sentirei o doce perfume entre os dedos
Mais uma vez apenas, apenas mais uma vez.