O Cético
A minha origem é boreal, sou como o nobre Áquilas
A cruz não corrompeu-me, caminho entre os ébrios
Sou uma vacina contra os que são cruéis, deletérios
Não há em mim vil, vãs verdades aceitas, tranquilas
Talvez seja torpe, um animal desprezível e abjeto
Procurando a sanidade entre os fluídos e dejetos
De uma mente vazia, débil, mero, simples objeto
Caminho calmo, sisudo, orgulhoso e sem teto
Pudera eu ter primorosos, bondosos, arquitetos
Para aquietar-me, porém, sofro como Epicteto
Mas, o furor das massas deixa-me irrequieto
Sóbrio temo os delírios, serei meros epítetos
Manterei-me taciturno, nostálgico e quieto
06/08/2017