O Cético

A minha origem é boreal, sou como o nobre Áquilas

A cruz não corrompeu-me, caminho entre os ébrios

Sou uma vacina contra os que são cruéis, deletérios

Não há em mim vil, vãs verdades aceitas, tranquilas

Talvez seja torpe, um animal desprezível e abjeto

Procurando a sanidade entre os fluídos e dejetos

De uma mente vazia, débil, mero, simples objeto

Caminho calmo, sisudo, orgulhoso e sem teto

Pudera eu ter primorosos, bondosos, arquitetos

Para aquietar-me, porém, sofro como Epicteto

Mas, o furor das massas deixa-me irrequieto

Sóbrio temo os delírios, serei meros epítetos

Manterei-me taciturno, nostálgico e quieto

06/08/2017

ILARIO MOREIRA
Enviado por ILARIO MOREIRA em 06/08/2016
Reeditado em 09/08/2016
Código do texto: T5721052
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