Soneto aos sonhos
Solto ao vento o bailar de tom ameno
Desse amor teu que insiste em nos cantar
Grão de mostarda tão nobre e sereno
Que acabou de nascer e foi voar
Se os seus negros cabelos são enlevos
Que as minhas mãos passeiam no tocar
Seu semblante a alinhar doce relevo
O desenho entre o sol, o mar e o amar
Brisa carrega o sopro do viver
Na nervura deste ar que vaga os olhos
Estes que de alegria piscam risonhos
Refletindo do brilho o renascer
Qual, germinando da alma em seus refolhos,
O amor e o grão em tom-voar de sonhos...