IARA

Às favas as tradições

e a tudo que me apego

que não me deixam sentir

os sonhos por inteiro

a doutrina subestima

às vezes a luz cega

e quer corromper meu ego

estúpido e verdadeiro

Acho isso tudo frenético

quando a você me entrego

fera de picadeiro

acostumada com a prisão

estrutura podre

sem parafuso e nem prego

não da estrutura da grade

mas o gosto da ração

Cravos vermelhos-carmin naturalmente sintéticos

que em nosso morto jardim diariamente os rego

arremedo de amores pueris, imaturos e morféticos

Sou firme e forte de cabeça e ligeiramente cético

que tu não te esqueças, não me rendo, não arredo

mesmo que esse amor pareça tão irreal e patético.

Paulo Cezar Pereira
Enviado por Paulo Cezar Pereira em 04/08/2016
Reeditado em 28/04/2018
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