UMA CONFISSÃO DE POETA
É manhã entristecida
Para quem compôs demais
Nesta noite acontecida,
Sob ideias magistrais.
O profeta, que labuta
No dia manso que aflora,
Faz esta viagem culta
Pelas penas por que chora.
Ao buscar o vil metal
Que lhe cobra o doce lar,
Ele é menos que um sicrano.
– Tal poesia é tão banal!
– Se a separação durar,
Ser vate será engano!
Salvador, 2006.