UMA CERTA VISÃO DA POBREZA
No ar da manhã, frieza
A congelar todo ser,
Recrudescendo a pobreza,
Bruxa vulgar do não–ter.
O mortiço olhar do pobre
Com cara de ser doente,
A foto grava e descobre
Até sob o sol poente.
A concentração de renda
É contingência tão triste...
É o agressor que persiste.
Neste mundo põe–se venda
Por sobre os olhos de um homem
Que sede e fome consomem!
Salvador, 2006.